RESUMO
A proposta deste trabalho é analizar e comparar as intercorrências maternas e neonatais em pacientes diabéticas. Nesse estudo retrospectivo, 1985 pacientes diabéticas, que deram à luz entre dezembro de 1983 a dezembro de 1990, foram divididas em três grupos de acordo com o atendimento pré-natal: Grupo 1) gestantes que foram atendidas no pré-natal de alto risco do Hospital Leonor Mendes de Barros, 2)gestantes que foram atendidas em postos de saúde e 3) gestantes que nao receberam qualquer tipo de atendimento pré-natal. Os melhores resultados maternos e perinatais ocorreram no grupo 1, com exceçao feita à presença de macrossomia que foí semelhante entre os grupos. A mortalidade perinatal foi 6,7 por cento, 25, por cento e 26,7 por cento nos grupos 1, 2 e 3, respectivamente. Houve 26 óbitos perinatais em todos os grupos e cinco recém-nascidos tinham malformaçoes incompatíveis com a vida. Concluímos que a mortalidade perinatal foi cerca de quatro vezes maior nos grupos de gestantes que nao foram atendidas no pré-natal de alto risco. Nos últimos vinte anos, o conhecimento mais detalhado do metabolismo materno e suasconseqüência sobre o produtos conceptual, associado a técnicas e métodos mais elaborados de avaliaçao de maturidade e vitalidade fetal, permitiu uma acentuada diminuiçao da mortalidade perinatal. Os resultados obtidos passaram a ser muito próximos daqueles encontrados na populaçao normal, caso sejam excluídos os fetos malformados incompatíveis com a vida. A normalizaçao glicêmica é o aspecto fundamental na assistência à gestantante diabética. O equilíbrio metabólico materno-fetal deve estender-se ao período da concepçao e aos estágios precoces da embriogênese; e a interaçao de equipes multidisciplinares tornou-se indispensável para alcançar o êxito no tratamento da gestante com diabetes.